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– Os principais dilemas éticos surgem quando o desenvolvimento da inteligência artificial se baseia em informações pessoais sensíveis – A coleta sem consentimento.
Courtesy Oslo University by Morten S. Smedsrud: Dilema: seu filho está gravemente doente e a única maneira de salvar sua vida é usar inteligência artificial avançada. O problema é que a tecnologia é desenvolvida com base nos dados pessoais de milhões de pessoas que não deram uma licença para a coleta. O que você está fazendo. Isto é simples. Claro que você salva seu filho. Então temos aqui um assunto ético.
Mas se você der um passo para trás e ver por si mesmo qualquer criança doente. É certo limitar a privacidade e a liberdade de milhões de seres humanos para salvar um indivíduo?
A pesquisadora Leonora Onarheim Bergsjø, da Faculdade de Teologia da Universidade de Oslo, estabelece um dilema semelhante em seu novo livro “Digital Ethics“, que ela escreveu com uma especialista em segurança de dados, Håkon Bergsjø.
– A grande questão é se devemos combinar nossas ideais de ético da liberdade individual com a necessidade de desenvolver inteligência artificial, diz Leonora Onarheim Bergsjø.
– A tecnologia nos oferece algumas oportunidades fantásticas. Devemos, portanto, facilitar a inovação. Mas isso deve acontecer ao mesmo tempo em que limitamos os danos acidentais, diz ela.
Aristóteles e Confúcio
A ética sobre a qual a sociedade repousa aqui no Ocidente, tem suas raízes nos filósofos de volta à Grécia antiga. Aristóteles afirma que o objetivo da vida é a eudaimonia, que muitas vezes é traduzida em “felicidade” ou “ter sucesso”.
Mais tarde, Immanuel Kant argumentou que se deve agir de tal maneira que se torne uma regra geral para todos que acabam na mesma situação.
A China e outras partes de Austen não têm o mesmo vínculo histórico com a antiguidade e a iluminação que temos. Lá, a idéia do que é bom está ligada ao melhor da comunidade, e não ao melhor do indivíduo.
– No confucionismo, a boa vida é medida pelos relacionamentos e deveres que temos uns com os outros, diz Bergsjø.
Em seu julgamento, a China criticou a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
– Na China, o ideal é o melhor da comunidade, não a liberdade e a ambição do indivíduo. Esse sempre foi o caso, mas quando a tecnologia é desenvolvida para um mercado global, as diferenças se tornam mais visíveis, afirma o teólogo.
– Como a vemos na prática?
– Os órgãos governamentais e empresas chinesas podem coletar e usar dados sem obter consentimento. O indivíduo não tem o direito de acessar seus dados.
Isso permite que as empresas acessem grandes conjuntos de dados. Com base nesse host, algoritmos desenvolvidos que se tornam líderes mundiais.
– Isso se reflete no discurso sobre novas patentes, “startups” bem-sucedidas e gigantes da tecnologia com crescente participação de mercado, diz ela.
Telefones celulares anti-éticos
Como vimos nesta edição da Apollon, a inteligência artificial é, em muitos casos, aprendizado de máquina. Trata-se de esmagar grandes quantidades de dados em um curto período de tempo.
– Um algoritmo criado com base em alguns milhares de recuperação de dados tem poucas chances de competir com um algoritmo feito com base em milhões de pontos de dados, aponta Bergsjø.
O julgamento da criança doente é do tipo extremo. Muitas vezes, existem muito mais nuances e tons de cinza nesses dilemas.
– Todos os dias, bem, temos produtos projetados de maneiras que – quando pensamos nisso – devem ser diferentes. Isso se aplica a nossas roupas, alimentos e, claro, os telefones celulares.
Qual é a diferença agora é que temos que fazer algo com a produção.
– Se o industrial considerasse o aspecto ético das novas tecnologias durante as primeiras revoluções industriais, teria economizado à humanidade muito sofrimento e à sociedade por greves operárias, lutas de classes e revoluções.
Agora, no que está sendo chamado de Quarta Revolução Industrial, podemos implementar a ética no desenvolvimento, produção e uso dos produtos.
– Temos uma capacidade única de fazer o que é bom para o indivíduo e a sociedade a longo prazo, diz Bergsjø. Fazemos, na minha opinião, ao considerar e discutir as consequências éticas da nova tecnologia. – Deve acontecer como uma conversa multidisciplinar e intersetorial em todos os níveis – de desenvolvedores, designers, fornecedores e consumidores.
O Facebook está se defendendo
Todos nós, com graus variados de conscientização, aprovamos que várias empresas armazenam dados relacionados à nossa atividade.
Grandes empresas como Facebook, Apple e Google, portanto, já têm acesso a grandes quantidades de dados pessoais.
Pensamos no chamado escândalo da Cambridge Analytica, no qual as informações pessoais de usuários de até 50 milhões de usuários do Facebook devem estar desativadas.
Quando o fundador Mark Zuckerberg se defendeu no Congresso dos EUA, ele retratou a empresa como uma vítima. – Ele disse que inovação traz riscos e é desaconselhável não cometer erros ao fazer algo que nunca foi feito antes na história da humanidade.
O melhor da UE em ética
A maioria das pessoas pensa que a legislação norueguesa e europeia garante – ou pelo menos tenta garantir – que as empresas não enlouquecem com nossas informações pessoais. É uma troca. Temos serviços gratuitos, como o Facebook, em troca de compartilhamento de dados pessoais.
Hoje, a UE está na vanguarda quando se trata de regular a inteligência artificial.
– A União formulou sete princípios para uma inteligência artificial confiável. A União também exigiu que fosse “legal, ética e robusta”, enfatiza Bergsjø.
Mas também o gigante europeu tem problemas para acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos.
– A UE está atrasada na corrida digital. Na cidade, a União Europeia está comprometida em ser a melhor em inteligência ética e artificial. É sensato, mas exigiria que os consumidores quisessem.
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